No ano de 1998 estudávamos no Colégio Estadual Justiniano de
Serpa, todos remanescentes do Externato São Rafael: Leandro Lucas, Rodrigo
Lucena, Antenor Neto e eu. Onde começamos a tocar juntos mas os três primeiros
eram vizinhos e se conhecem desde de criança e eu conheci o Leandro em 1996.
Sempre descíamos à Praia de Iracema (P.I)
curtir uns Rocks e beber umas canas no Domínio Público, onde atualmente
é um estacionamento, ou no Teatro da Boca Rica, virando a noite falando de Rock
e de mulher. Nessa época Nirvana ainda era a melhor e a mais acessível banda de
Rock Alternativo que nos chegava devido ao furacão meteórico que foi essa banda,
começamos assim a aprender no violão a tocar a maioria das músicas dessa
primorosa banda com ajuda do José Felix da Benihana, uma competente banda de
Rap Core que começou como cover do Rage Against the Machine e evoluiu com
letras que uniam o protesto à revolta tocando em importantes palcos do Ceará ,
passou a nos ajudar fornecendo umas tabs que aprendemos a ler e a tocar e
emprestando instrumentos e cedendo inclusive um estúdio para ensaio. Nascia
assim a :sem nome, brincávamos com a variação de “no name”, até o dia em que
fui fazer uma prova de Matemática, sem estudar, zerei, fiquei impressionado
pois nunca havia acontecido comigo antes e vi escrito com caneta vermelha no
canto superior esquerdo da prova o nome: “zero” não numeral mas em letra cursiva,
então batizei a banda de “Zero”, mais tarde sabendo que já existiu uma banda
nacional com esse nome nós mudamos a pronúncia para o inglês sendo escrita como
zero mas pronunciada como “zierew”.
Os instrumentos
tocávamos e tínhamos bom entrosamento para covers até fizemos
uma música instrumental que era uma
chupação nirvanica skate rock que nunca foi tocada ao vivo e se foi gravada ficou perdida
em alguma fita cassete por aí, mas precisávamos de instrumentos dai que aparece
o Gerlúcio e oferece uma guitarra rabo
de peixe e ainda tinha a caixa, Leandro interessou-se prontamente e partiram
para buscá-la num Brechó, quando voltam a felicidade uma microafinada com dois
hambuckers, um braço fininho, uma guitarra para o metal, feita pelo luthier
Adauto. Depois o Antenor comprou uma bateria pagando a metade do carnê com o
Leandro. Tocávamos já em espaços que nos cediam como Teatro da Boca Rica e a Barraca Igrejinha na Praia do Futuro, onde hoje atualmente é a Barraca Cuca Legal, Ao lado de Bandas como Decadência Urbana do David Paz "Ceguinho", Quebrando Regras do Cicero Wiltin e do Bruno, Benihana do Engels & Felix e Veia Cava do Geri, Fedox e Animal.
O Gato
Sempre descíamos à Praia de Iracema para tomar uns gorós e se
bater com a galera legal conhecida e conhecer novas pessoas. Num porre
monumental vimos um grupo com um violão e roupas pretas e nos chegamos lembro
pouco mas sei que um dos caras daqueles era conhecido nosso motivo para
pegarmos o violão e tocar o que tínhamos aprendido ao longo desse tempo tocamos
uns Nirvanas entre outros sons quando vi que um cara mais velho que nós estava
curtindo o som com um skate debaixo do braço, veio falar com nós, larguei o
violão e falei que éramos uma banda que tocava cover do Nirvana e punk
rock/Hard Core e citei Ratos de Porão, a música Obrigado a obedecer. Quando
falei o nome da banda: Zero, o Gato se encantou misticamente e falou que o zero
era anti-horário e anti-governo. Fomos convidados a no outro dia subir o morro
do Castelo Encantado com a guitarra e a caixa, conhecemos a casa e a oficina de
silk screen do Gato, ligamos a guitarra e havia um baixo jennifer azul,
começamos a ensaiar uma base meio metal, meio Hard Core, e o Gato sem microfone
gritou uma letra no meio daquele barulho. Nascia assim a primeira música da
banda: ódio.
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