sexta-feira, 25 de abril de 2014

Ouvir polícia para beleza e sofisticação nas ruas e é preso bando de loucos perdidos heróis da modernidade



Ônibus de Morrissey - Zidro Pla

Você, está parado entre esses 6 ou 8 gelos-baiano
e se sente seguro observando os carros,
que passam na sua velocidade habitual.
Enquanto isso, passeiam pitbulls e donos nas calçadas
 [tranquilamente]
Você se sente seguro por que tem guarda de trânsito?
Se morasse em Londres, teria medo de ônibus de dois andares?
Só porque o Morrissey falou:
"Se aquele ônibus de dois andares caísse sobre nós, nós morreríamos juntos"
Mas eu que trafego em inofensivo ônibus de um andar
e o máximo que pode ocorrer é ele cair em um açude.
Por isso além das cruzes carregamos martelos nas bolsas para prepararmo-nos
e ficar seguros em ônibus assassinos.

Morte de um dançarino

de discoteca.
https://www.youtube.com/watch?v=Nk8qObWe3f0

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Conto de Natal - Zidro Pla

Os três magos em caminhada pararam num posto de informações
(afinal de contas, eles têm direito por serem turistas)
com o mapinha em mãos partiram.
A Estrela do Oriente e o guarda os ajudaram, brilhantes.
Solitários e em número de três para conhecerem um recém-nascido,
morto pela fome.
(começa o Hard Core de Ferreira Gullar)
"...
Poema Brasileiro
(A C D)
No Piauí de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade
No Piauí
de cada 100 crianças que nascem
78 morrem antes de completar 8 anos de idade

Auchwitz - Descaso da fé, Beto Merck


Auchwitz - Cotidiano, Beto Merck


domingo, 20 de abril de 2014

Consumatun Est Zine


O xingamento silencioso - Gabriel Medeiros, Diego Lopes e George Frizzo.


Lethal Curse- Caieiras - SP


Tumulto, Foz do Iguaçu - PR, Bacteriological Deformation, Pirassununga - SP


Beowulf


Dis Pater


Nephastus - Entrevista


Desintegration - Demo 93, Inthe woods...Ishe of men, Disgrace - Five Hard Years, Lethal Curse - Return to obscurity, Torture Squad - A soul in Hell, Brain - Blasphemous odd Fellows, Lisa g. Head - 93', Ramrod, The Still - The Real Place, A máquina - Segregation Lady dye - inside the factory D.T




Beijo Sombrio - Fernando Lima





Cursed Chaplet - MG, Sex Hansen - PR, Antro do Rock.


Tribunos da Plebe - CE, Desintegration - DF, Pium oficina de quadrinhos da UFC


Insanity - primeiro LP, Phobia, George Frizzo.




Consciência Conturbada - anos 80, Punk Rock, Joelho de porco.


Lancelot - tuta, Marcelo, Glauco, Diogo, Gilberto


Dago red, Paraiso Perdido - Robério Augusto/Roberto Bessa


Luiz Diego - Obituário.


Kazane - Desliga esta porra!!


Gs Truds, Ghehinom, Nephastus - Under Force zine.


Insanity, Gs Truds, Kamerata, Heinsenhammer - Face of noise zine, Rotthenness records, Cri du chat disques


Dorsal Atlantica - Alea Jacta Est




Splatter - Carcass, Cannibal corpse, Slayer, Emtobed.


Splatter - Endoparasites, Porrada-ES, Gwar, Cannibal corpse


Consumatun Est contra capa - Rock Shop, Di Songs, Opus discos


quinta-feira, 10 de abril de 2014

ATROPELAMENTOS E JANELAS DE ÔNIBUS (caso comum de trânsito)

     Pela janela de um ônibus é a verdadeira televisão, com sangue que escorre e ocupa o lugar que teoricamente seria ocupado por água, o sangue escorrendo ao meio-dia mistura-se ao capim e à água suja de óleo numa composição química que nem Mendeilev, o russo que se parecia com Bakunin jamais viu essa composição. A mulher ao meu lado que tinha modos muitos masculinos aproveita a oportunidade e se debruça por cima de mim para tirar uma casquinha, já que o motorista diminui a marcha do ônibus e passa como um cortejo fúnebre e parecido com um vagão com judeus na época da Alemanha Nazista em que seria impossível ao passante distinguir até a sua mãe, a mulher não deixa de escapar um: "...menos um...", para puxar conversa. Meu pobre pensamento empírico passa a pensar por que não também "mais um?..." e o paradoxo é facilmente resolvido, pois dá na mesma e ela desce duas paradas depois do assassinato a bala sem que eu saiba sequer o nome dela. Ainda me lembro no tempo em que uma amiga estava tão depressiva que queria se suicidar, e veio me pedir auxílio, mas não me explicou se era para que eu a ajudasse a sair dessa ou se era para dar cabo do assunto, logo eu um cara maltrato na época pelo acordar cedo e dormir tarde, passava umas fomes em que minha barriga virava um insólito instrumento musical de expressão, ao pegar um ônibus ás 6 da manhã vi a figura de um grande homem gordo tombado no asfalto, a imagem repetia a que eu vi um dia que um jumento foi atropelado no meu bairro e que para completar a juventude pegou aquele enorme cadáver e colocou sentando em uma parada de ônibus com um boné da Sapupara (a cachaça) azul na cabeça do jegue, que por sinal tinha um olho estourado da pancada que ele levou, voltando ao homem gordo, a boca daquele senhor tinha um bocado de sangue grosso, abundante, como o do que eu vi uma vez na Varjota, estava sentado, como sempre do lado da janela quando eu vi que um epiléptico tentava guardar uma nota de hum Real no bolso, provavelmente recebido de esmola, ele começou a dar seu ataque como se fossem uma série de sucessivos choques em sua mente, até que sua baba passou a vir primeiramente tingida de uma cor ferruginosa para se transformar em cravada vigorosa na língua e vir sair uma cascata rubra de sangue grosso e espumante, diferente da vítima do atropelamento que o sangue era como sangue de carneiro que depois das machadadas dadas com a parte não cortante do machado o suspendem e sangram com uma faca de ponta, colocasse em latas de goiabadas e dão aos cães que bebem com avidez, sangue escuro. e foi essa história que contei para a pretensa suicida e dei a ideia, que por coincidência o ônibus noturno seguia pela BR-116, eu em plena 10 e meia da noite tinha tomado umas cachaças para me sentir melhor pois tinha uma sensação de cansaço e suor seco sobre a pele que o álcool ameniza deixando-me suportável a mim mesmo, passou por um atropelamento mais cruel do qual eu assistira na semana anterior eu olhei a mulher estava morta e suas pernas estavam quebradas de um modo estranho como o símbolo da banda D.R.I. (dirty rotten and imbecils) como se tivessem fotografado ela correndo, no outro dia eu vi a mesma vítima no Barra Pesada rodeada como sempre por policiais que deram maiores informações sobre ela, eu até a chamei (a suicida) para olhar mais ela não veio, preferiu ficar do lado oposto à janela televisiva, pois eu realmente estava certo morte por atropelamento é certeira, quantas mortes violentas o asfalto suporta antes que se empape de sangue?
Só resta pegar um violão com cordas de aço e tocar um Belchior em blues:

Faz tempo que ninguém canta uma canção falando fácil... claro-fácil, claramente... das coisas que acontecem todo dia, em nosso tempo e lugar. Você fica perdendo o sono, pretendendo ser o dono das palavras, ser a voz do que é novo; e a vida, sempre nova, acontecendo de surpresa, caindo como pedra o povo.
À tarde, quando eu volto do trabalho, mestre Joaquim pergunta assim pra mim:
- Como vão as coisas ? Como vão as coisas ? Como vão as coisas, menino ?
E eu respondo assim:
- Minha namorada voltou para o norte, ficou quase louca e arranjou um emprego muito bom. Meu melhor amigo foi atropelado, voltando para casa... Caso comum de trânsito, caso comum de trânsito, caso comum de trânsito.
Pela geografia, aprendi que há, no mundo, um lugar, onde um jovem como eu pode amar e ser feliz. Procurei passagem: avião, navio... Não havia linha praquele país.
- E aquele poeta, moreno e latino, que, em versos de sangue, a vida e o amor escreveu... Onde é que ele anda?
- Ninguém sabe dele...
- Fez uma viagem ?
- Não, desapareceu.
Deita ao meu lado. Dá-me o teu beijo. Toda a noite o meu corpo será teu. Eles vêm buscar-me na manhã aberta: a prova mais certa que não amanheceu. Não amanheceu, menina. Não amanheceu, ainda.